Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Síndrome do presidiário. Admito que se possa chamar isso ao estado em que os meus filhos vêm ao mundo. Cá em casa, a expressão “dormir como um bebé” nunca fez sentido. Achamo-la mesmo repugnante. Não entra ninguém na nossa casa que tenha bebés que dormem. Pelo menos, do tapete para dentro estão proibidos de se gabar sobre o tema.
Durante três anos o Duarte não pregou olho mais do que umas meras três/quatro horas seguidas. Até que mudei de cama. Do berço para uma cama rasteira. Uma semana depois, estava a dormir como um bebé. Sem lamúrias, sem leite, sem colo, sem choro. Nada. Um silêncio contínuo, daqueles que chegava a irritar. Três anos de tortura pidesca e, de repente compramos uma cama de 30 euros no Ikea e a nossa vida muda. E as consultas no médico, no homeopata? O dinheiro gasto em medicamentos? As idas estratégicas à casa de banho, para dormir sentada na sanita? Quem paga?
Enquanto um se endireita, logo chega outro. O molde foi o mesmo, mas havia a esperança de sair diferente. A esperança foi com as entranhas. Desapareceu logo na maternidade. Aos oito meses, pu-lo a dormir no chão. À cão, mesmo. Nada. Voltou para o berço. Acordava desesperado, agarrado às grades, como se tivesse visto o belzebu no meio dos cobertores.
Um mês depois de aprender a andar, comprámos outra cama rasteira no Ikea, apesar do receio dos avós. E se ele viesse disparado de cabeça? Que venha, mas que adormeça a seguir. Uma semana depois, dorme que nem um bebé. Sem lamúrias, sem leite, sem colo, sem choro. Nada. Um silêncio contínuo, daqueles que chega a irritar. Foi mais um ano de tortura pidesca. A privação de sono é algo inexplicável e deixa marcas para o resto da vida. Mas desta vez o 25 de Abril chegou mais cedo.
Estou muito contente por ver que há pessoas fiéis ao meu blogue. E mais: dão-me ideias para eu explorar. Boto um like nisso. Afinal, não cheguei a cumprir o sonho de ganhar a vida como jornalista. Nunca recebi pelos caracteres que escrevi. Portanto, voltei à estaca zero. Escrevo por prazer, para aquecer os dedos e a alma, como se o dinheiro não fizesse girar o mundo. No meu mundo, a moeda de troca é o riso.
Nesta nova fase, tenho tentado fazer a análise dos prós e contras de voltar a trabalhar, à séria. Entenda-se por trabalhar à séria o sair cedo de casa, passar longos minutos a bufar no trânsito, criar musgo umas 9 ou 10 horas do meu dia numa cadeira em frente ao computador e voltar para casa em taquicardia porque a escola está quase a fechar e eles são os últimos a sair.
Nunca consegui acabar a lista. Paro sempre num ou noutro conceito, ideia ou suposição. Não me vejo a realizar este filme outra vez. Mas também não me vejo sem dinheiro na conta. Tem que existir um número harmonioso entre o 8 e o 80.
Ontem, por conselho amigo, acrescentei à minha lista, na coluna das vantagens de estar em casa, o facto de não sofrer de stress por commuting. É conhecido o meu deslumbramento por expressões estrangeiras a que podemos recorrer para nos sentirmos, e parecermos, mais inteligentes. Por isso, na minha lista aparecem vantagens como o commuting e desvantagens como a ausência de life-coaching.
O casal que “commuta” mais de 45 minutos por dia tem 40% de hipóteses de se divorciar. Parece-me claramente que merece estar no topo das vantagens. Mas o que raio é o commuting?! É passar mais de 45 minutos no iô-iô entediante do casa-trabalho/trabalho-casa. Ah… é isso?! É sim, senhor, é isso que dá cabo de uma vida a dois, a três, a quatro. Amanhã, quando passarem ao lado de uma A2, A5, marginal ou segunda circular e alguém vos chatear, abram o vidro e atirem-lhes: “Commuter!”. Não sem antes olharem para o vosso umbigo.
Sempre pensei que procurar emprego fosse deprimente. Mas não é. É um sketch de 5/10 minutos, daqueles que nos põe bem dispostos para o resto do dia.
Agora está na moda que a descrição da oferta seja mínima, coisa para 1 linha e meia, e os requisitos ultrapassem as 8 linhas. Não quaisquer requisitos. Estamos a falar dos bons: licenciatura, fluência em línguas, capacidade de…, vontade para…, enfim, o que de melhor podemos dar. Sim, porque eles também nos dão aquilo que têm de melhor: bom ambiente de trabalho, integração em equipa vencedora, progressão na carreira e formação contínua. Eu que achava que o ambiente e a equipa vencedora eram as pessoas que faziam, não a empresa que dava. Eu que achava que a carreira era o 23 e contínuo… só o Brise. Estava redondamente enganada! Ando há décadas a dormir em pé!
Acabei por achar uma raridade. Um anúncio que alguém – adivinha-se um ser destemido, audaz – resolveu colocar, sem medo de contrariar tendências, expondo, em primeiro lugar, o horário e o salário. Tremi. Emocionei-me. Resolvei guardar. Tocou-me fundo no coração, caramba.
Desculpei a elisão logo na primeira frase e avancei, ávida de informação, para a oferta. Bebi tudo e só parei quando os requisitos chegaram ao fim.
Função:
Ralização e verificação de conciliações bancárias.
Oferta:
500 eur Vencimento base + 6.16 eur subsidio de almoço
Horário: Requisitos: - Licenciatura (Preferencial) Emocionei-me novamente. Nem a ver o Querida Júlia fico assim. Nove horas por dia, turnos (ah, que saudades!), licenciatura, habla castelhano, concentração, rigor, domínio de ferramentas. Eu nasci com apetências para processos admnistrativos! Dão-me a magnífica quantia de 500 euros! Vejam a bondade no subsídio... Já ninguém dá subsídio de almoço! Emociono-me de novo. É bom demais para ser verdade. Para ser franca, não sei se responda, nem em que termos. |
|
- O que é isso, um castelo?
- Não, é onde moram os reis.
- Ah!
- Morreram todos. O pai morreu numa batalha, depois veio o filho e morreu de três maneiras: levou uma flechada, levou com um machado e foi contra um boi. E morreu cheio de sangue. Aliás, morreu com falta de sangue. Ninguém sabia qual era o sangue dele!
Credo. Imagino o dia que teve na escola, nem os bonecos se safaram.
Silêncio. Ontem foi dia do silêncio. De noite, silêncio. De hora a hora, silêncio. De manhã, silêncio. A meio da manhã, silêncio. É tão bom este silêncio. É tão bom como é o barulho quando eles chegam de casa dos avós.
Vamos ver se vejo os óscares esta noite. Antes de mais, gostaria de agradecer à academia (dos Almeida) pelo silêncio deste Sábado, ao meu cão, por não ter ganido e ao meu marido, que sempre acreditou que erámos capazes de dormir uma noite inteira.
- Mãe, quem é que nos criou? Quem é deu ao pai a sementinha para ele te pôr na barriga? Por que é que nós morremos? Porque é que todos temos que morrer?
Sem fôlego.
- Olha, acho que está a dar os gormitti na televisão…
Podia ter sido pior. Podia ter sido: - Por que é que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa? Porque não faço a mais pequena ideia. Porque sim, porque Pitágoras assim disse.
Bom, está aqui está a falar-me de idealismo metafísico, a discutir o imperativo categórico ou a meditar sobre a problematização do Devir.
Não tenho cabeça para isto. Ando doida há três noites. Há três dias que acordo e não me lembro do que aconteceu de noite! Não estou habituada. Estou habituada a escutar o cão a ressonar, os vizinhos a deitarem-se. Estou habituada a uma aeróbica nocturna, ritmada, a fazer queixas ao pequeno almoço. Agora já não falamos ao pequeno almoço, não temos assunto. São noites de completo descanso. Já sonhava em recuperar a sanidade, com os devidos comportamentos de insónio-dependente.
Na quarta noite, recomeça a aeróbica, que termina com o bicho a dar um trambolhão da cama abaixo. A esperança é que a pancada na cabeça surta algum efeito.
- Pistorius continua a dizer que achava que era um ladrão na casa de banho.
Cá em casa também é assim. Cada um dorme com a sua pistola debaixo da almofada. Cada vez que um de nós acorda de noite e não vê o outro na cama, toca a disparar, que pode ser intruso! Olhem, nunca calhou acertarmos um no outro. É por isso que os nossos filhos não saíem da cama quando acordam.
- “Estudem, não desistam!” – Cavaco Silva dixit.
E quem paga as propinas? A junta de freguesia de Buliqueime?
- Bruxelas anda a chatear Portugal por causa da alegada falta de condições dos porcos. Dizem que não cumprimos as regras europeias para o bem-estar dos suíços.
Pergunto-me por que é que esta gente fala antes de fazer uma visita guiada à Assembleia da República.
David Bowie diz que as hipóteses de fazer uma digressão são de 50%.
Lá está o que eu chamo um homem pragmático, inteligente... Deve ser amigo da Lili Caneças.
- “Já não sou o pior presidente do Sporting”. Quem o disse foi Jorge Gonçalves, que dirigiu o clube no fim dos anos oitenta.
Eu que pensava que o pior tinha sido o Santana Lopes...
- Prazo para candidaturas para eleições no Sporting acabam hoje…
Se houvesse nevoeiro, ia jurar que vinha de lá o Sebastião. Assim, pode ser que o Duarte Pio se candidate.
- Comer cavalo por vaca.
Só agora é denunciado?! Algum irlandês despedido que resolveu f**** os patrões.
Há mais de 920 mil pessoas desempregadas em Portugal. A taxa de pobreza é mais elevada do que a média europeia. Imaginem ficarem sem emprego e oferecerem-vos trabalho por menos 50% ou 60% do vosso salário. Imaginem terem que comer, pagar renda, despesas e escolas com esse dinheiro. Imaginem terem que pagar para ir trabalhar. Imaginam? Isto é só o começo de um sonho que pode virar pesadelo em meses.
Pedro Passos Coelho diz que dorme bem. Pouco, mas bem. Eu durmo pouco e mal. Ainda acham que cada um tem o que merece?
Ontem ao fim da tarde.
- O que é que tens hoje? ESTÁS DOIDO?!
- Estou. É ÓBVIO que estou! Hoje o A. atirou-me contra uma parede e o meu cérebro ficou doido. É ÓBVIO que estou doido!
Parece-me ÓBVIO que esta criatura vai ter uma adolescência difícil. May the force be with us.
A NOITE TODA!!!!!!!! DORMIMOS A NOITE TODAAAAA!!!!!!!!!!!!! Estou doida, eléctrica, imparável! Agora já sei o que sentem as pessoas normais, as que dormem a noite toda e nem sabem o bem que têm dentro de casa. DOIIIDAAAA! A NOITE TODAAAA!!! E levantou-se às sete e ainda veio ter comigo à cama para um "cafuné". HISTÉRICAAAAA!!! Adoro as maravilhas da maternidade. Hoje. Amanhã, se calhar já não.