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Carcavelos, 9.30. Fila para a apresentação quinzenal. Criatura atrás de mim.
- ‘Tou, ‘mor? ‘Tou? ‘Mor ‘tás-m’ouvir? ‘Mooree?
O ‘mor não ouve. Ela desliga. Nova tentativa.
- ‘Tou ‘mor, sou eu. ‘Tou? ‘Tás-m’ouvir bem?
A mim parece-me óbvio que não. Mas ela lá insiste e consegue.
- Sou eu! Já estás pronto? Não? Ainda não tomaste banho? Ó querido, toma lá banho! Encontramo-nos no café aí em baixo! ‘Tou? ‘Tás-m’ouvir, ‘mor?
AAAAAAAhhhhhhhhhhhhh. Estou há 10 minutos numa filinha pirilau deprimente, para levar um carimbo de judeu e só me apetece tirar-lhe o telefone e gritar:
- ‘Tou ‘mor? Agora sou eu! Vê se levantas esse rabo da cama, lavas esses ouvidos para a chamada correr bem à primeira e zarpas para o café, que a miúda está com fome e é chata como o raio!