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Vítor Gaspar é desesperante. É desesperadamente calmo, desesperadamente monocórdico, desesperadamente incompleto, desesperadamente negativo, desesperadamente vazio. Se o povo está espancado, desiludido e triste, pior fica depois de o ouvir. Ou tentar ouvir. Vítor Gaspar discursa pausadamente, cansado e olheirento, como se estivesse em fase terminal. Mostra-se solidário com um país que está em lista de espera para uma cirurgia, uma transfusão e um transplante. Tudo em simultâneo, senão fica-se por aqui.
Insisto em tentar ouvi-lo e percebê-lo, mas, até agora, não consegui aguentar mais de uns segundos. Fala sobre medidas de austeridade, visitas e memorandos da Troika. Mas podia muito bem estar a dissertar sobre a plantação de bergamotas e purshas em Portugal, que ninguém ia dar pela diferença. Para quem não leu a Visão, estes são dois citrinos desconhecidos no nosso país. Quero arriscar dizendo que um discurso sobre bergamotas teria mais sucesso e despertaria mais atenções. Gaspar, desafio-te a coragem: atreve-te a dissertar sobre citrinos e vê como os portugueses te dão algum do seu precioso tempo.