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A leitura e a audição aguçam-nos a imaginação. É por isso que amo a rádio e adoro ler. Neste dia do Pai li uma notícia que me pôs a magicar toda uma nova maneira de ser Pai. A Universidade de Newcastle vai ressuscitar um sapo extinto em 1983, o Rheobatrachus silus. O bicho tem a característica extraordinária de dar à luz pela boca.
Imaginem-se... a emprenhar pelos ouvidos e a dar à luz pela boca.
Feliz dia do Pai!
Pequenino, firme e cheio de genica. Assim é o Almeida. Os genes minhotos deram-lhe a constituição robusta, o desembaraço e apuraram-lhe o sentido de humor.
É com orgulho que falo do meu pai. É dele que tenho grande parte das minhas memórias de infância. Era ele que me levava e trazia da escola. Era ele que me levava ao parque antes de ir para casa. Foi sempre ele o meu encarregado de educação.
Naquele tempo (eighties), as reuniões bem podiam chamar-se “de mães”. Não havia vestígios de ADN masculino em reuniões escolares. Mas nas minhas, lá estava o pequenito, com ar de Viriato. E aguentava-se por ser o único cuja filha tinha faltas disciplinares. Sempre apanhada por não conseguir parar de rir ou por dizer a quem quer que fosse o que lhe passava pela cabeça (começou certamente aí o meu problema com as pessoas que querem mandar em mim). E nessas alturas, o pequenito virava bicho. Aprendi a engolir sapos. Entre isso e levar uma tareia do Viriato, venham de lá os sapitos!
É por isso que digo, também com orgulho, que, ao contrário de muita gente, ele nunca fez tanto aos netos como fez pela filha. Trocou fraldas, deu banhos, levou a passear, brincou no parque, ajudou nos TPC, ensinou-me a assobiar, a jogar às cartas, à bola, a conduzir aos 16 anos, levou-me a estádios de futebol e até à discoteca. Levou-me vezes sem conta ao seu local de trabalho, apresentou-me as dezenas de colegas, explicou-me como funcionavam os computadores, quando eram do tamanho de uma sala e “crashavam” com o calor. Ensinou-me a achar-me sempre que me perdesse, a rir dos outros e de mim. Só não me ensinou a distinguir as cores porque… o pequenito também é daltónico!