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Vinte de Março, Dia Internacional da Felicidade. E o que é a felicidade? Será que somos mesmo nós que a fazemos?
Para mim, a felicidade não se constrói, entranha-se. Neste caso, pode confundir-se com conformismo. Sim, para mim, até certo ponto, é conformismo. A nossa vida é o que é. Podemos tentar melhorá-la, mudá-la, dar-lhe mais cor, mais pimenta, mais sal, mas será sempre como é. Aceitá-la é ser feliz. E quando isto não chegar, lutamos por uma mudança, um novo rumo. E quando a mudança chegar, ficamos felizes. Se nunca vier, felizes como antes. Há sempre tanta coisa na nossa vida que nos faz feliz. Muitas vezes, só quando as perdemos é que lhe atribuímos mais estima.
Por cada coisa má que apontamos à nossa existência, há muitas mais boas para enumerar. Eu, por exemplo, sou miserável porque os meus filhos não dormem. Mas sou riquíssima por terem saúde, serem inteligentes e darem os melhores beijinhos do mundo. Ando furiosa por não ter emprego, mas sorrio todos os dias por poder levar o meu filho de mão dada até à escola, sem correrias, ir buscá-los às cinco da tarde e brincar com eles antes do banho. Irrita-me passar horas por semana em versão “sopeira”, a limpar e a cozinhar. Mas salto de contente por ter tempo para espancar o meu computador e obrigá-lo a debitar prosa.
Perder o emprego é, segundo os psicólogos, uma das situações mais stressantes e traumáticas da vida de um adulto. Quando trabalhava, tabelava a minha felicidade, numa escala de zero a dez, num nove. Ficava a faltar tempo de qualidade com a família, durante a semana. Hoje em dia, continuo a atribuir-lhe um nove, por me faltar trabalho. Mas curiosamente esta mudança não teve, pelo menos até agora, o peso negativo que esperava. Estou a esconder a falta de emprego por trás da alegria de estar com a família? Se calhar. Mas o tempo é o bem mais precioso da nossa era e a felicidade é ver o lado bom da nossa vida, que é o que é.