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Tenho ido a formações sobre gestão orçamental, no âmbito do projecto de voluntariado em que estou envolvida, que terminam com a maravilhosa ideia de que toda a gente tem alguma coisa para dar. Se não tiver dinheiro ou bens, há-de ter tempo, disponibilidade e vontade. Um amigo desempregado que te vai buscar o filho à escola, para não pagares prolongamento, um vizinho que divide a grelha de churrasco contigo, um familiar que te vai buscar onde é preciso, quando é necessário.
A ideia é, como disse, maravilhosa. Tão maravilhosa que gostava que alguém a praticasse comigo. Nos últimos dias, vivi com o meu filho ao colo e sonhei com um pano daqueles bem africanos em que se atira o filho para trás das costas, sem remorsos.
O Miguel está doente há alguns dias (eu acho que há meses) com tudo o que se pode imaginar: febre, diarreia, vómitos, dores disto e daquilo, muita manha e mimo à mistura também, fruto das maleitas que lhe entram e saem do corpo, sem descanso.
Desde sempre, vou buscar o Duda à escola a chover torrencialmente com um bebé embrulhado numa manta, ou cheio de febre ou doente da barriga. Anseio por uma vizinha onde o deixar 15 minutos. Ou isso, ou continuar a treinar o cão para tomar conta de crianças.
Ainda hoje fui pedir o meu carimbo preferido com um bebé a dormir ao meu colo e estive das sete da manhã às três da tarde sem comer, com ele no hospital, a ver as horas passarem, sem ter quem me fosse buscar o outro.
Às vezes gostava que a tal disponibilidade morasse mais perto, tipo na minha rua.