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coitadinhodocrocodilo



Quinta-feira, 21.11.13

Cenas da vida de um crocodilo

Ontem foi o dia preferido do meu filho “piqueno”: pôde – finalmente – ir de pijama para a escola.

Não quer tirar a fralda da manhã (com bedum até ao umbigo) não quer despir o pijama, não quer brinquedos novos (os do irmão chegam), não quer comer e não quer dormir.

Ou é sindicalista ou vive intensamente esta coisa da crise.

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por coitadinhodocrocodilo às 16:02

Terça-feira, 19.11.13

Para onde vai o meu dinheiro?

Este mês – pela primeira vez – ainda não tenho o número de currículos enviados para alimentar a besta devoradora do IEFP. Dou por mim a pensar se qualquer dia não se lembram de mandar tatuar o número de desempregado no braço e obedecer ao recolher obrigatório. Ou então, exigir o envio dos comprovativos de onde gastámos o dinheiro dos contribuintes.

Eu digo: escolas e comida. É para onde vai o meu dinheiro. Pus em prática, neste último ano, todos os truques de poupança nas compras para a casa. Resulta.

Também aprendi a fazer as minhas próprias prendas, descobrindo um lado muito feminino e jeitoso que não sabia que tinha. Afinal, temos sempre jeito para alguma coisa. E, em tempos de crise, a imaginação tem mais espaço e tempo para começar a crescer. A necessidade gera ideias, a escassez espicaça a criatividade. E nós desenvolvemos um “eu” que vivia encolhido a um canto do nosso ser.

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por coitadinhodocrocodilo às 11:37

Terça-feira, 19.11.13

A lógica do crocodilo

- Portaste-te bem na escola?

- Sim. Mais ou menos...

- Bolinha verde?

- Amarela.

- Que pena, tinha uma prenda para te dar...

- Mas eu tive verde!

- Então não foi amarelo?!

- Não, eu acho que foi verde.

- Estás a mentir...

- Não estou! EU achei que foi verde. Não sei se a professora também achou...

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por coitadinhodocrocodilo às 11:19

Quarta-feira, 13.11.13

Scream and shout and let it all out

Todas as semanas assisto ao estrangulamento da classe média. Todas as semanas há mais pessoas sem ajuda social, sem meios de reduzir despesas, sem esperança de encontrar trabalho, seja pela idade ou habilitações (falta ou excesso, há para todos os gostos).

Não há cantinas sociais para a classe média, não há creches para a classe média, não há ajudas financeiras para a classe média. Sejamos novos ou velhos, pouco importa, não há instituições preparadas para lidar com esta crise.

Sempre fomos tratados como números. Toda a nossa vida são números. Esqueceram-se da parte humana, que é isso que somos. Não há um político com emoção no rosto. Em todo o mundo, há um único presidente que se emociona ao ler um discurso. Acho que isto diz muito sobre as pessoas que nos governam, sobre os dirigentes deste planeta, sobre as pessoas que insistem em ignorar a essência que nos faz humanos: a capacidade de sentir e demonstrar emoções.

Não há um médico que chore ao lado do paciente, não há um chefe que abrace o empregado, não há um dirigente que verta uma lágrima pelas consequências dos seus actos. E, se por um acaso, o fizer, é considerado um fraco.

Queremos gente que chore, que grite, que ria sem parar, que abrace, que peça desculpa, que salte de felicidade, sempre que lhe der na gana.

E quando recomeçarmos a ser humanos, talvez consigamos sair desta crise financeira, social e moral.

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por coitadinhodocrocodilo às 23:21

Quinta-feira, 07.11.13

O dia da mudança

Sete de Novembro de 2012, dez da manhã. O computador dá-me o sinal. Chegava o mail que mudaria para sempre a minha vida, a minha percepção da sociedade, da crise, do mundo do trabalho.

Ficar sem trabalho não é o fim do mundo, é o fim de um ciclo. Pior é sair do mundo do trabalho com um pontapé no traseiro ao invés de um abraço de agradecimento pelos anos de dedicação; ao invés de um desejo de boa sorte e melhor vida.

Einstein dizia que quem sobrevive não é o mais forte nem o mais inteligente, mas aquele que melhor se adaptar às mudanças.

Eu sempre me tive em muito boa conta!

 

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por coitadinhodocrocodilo às 09:00

Quarta-feira, 06.11.13

A lógica do crocodilo

8h20, a caminho da escola.

- Mãe, se tiveres outro filho, posso escolher o nome?

- Claro! - disse, enternecida.

- Se for rapaz, vai chamar-se Tyzon. Se for menina, é Kaisin.

(Passa-me sempre depressa isto do enternecimento).

- Ah... bem esgalhado. Pois... deixa lá isso, que se calhar não vou ter outro.

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por coitadinhodocrocodilo às 16:21


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