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coitadinhodocrocodilo


Quarta-feira, 30.10.13

Um cão, dois cães, quatro gatos

Querida Cristas,

Escrevo-te para dar o meu apoio à medida que pretendes implementar. Parece-me que saiu de algum trauma de infância ou  tens uma vizinha com uma criatura de sete quilos, deveras irritante.

Também eu repudio fortemente a presença de cães e gatos em apartamentos. Não têm privacidade, não têm espaço, não têm onde urinar. Sabe deus (esta é dedicada a ti, que eu sei que és católica) o quanto eles agoniam entre quatro paredes! O dia inteiro a dormir em carpetes e mantas quentinhas!

Compram-lhes capinhas para a chuva, calcetines para as patas e insistem naquelas alcofas pindéricas, onde que eles dormem confortáveis. Cão que é cão, mija à chuva! Gato que é gato, não arranha cortinados, sobe árvores para dilacerar pássaros!

Arrisco-me a dar-te esta ideia: porque não proibir de todo o contacto entre cães, gatos e humanos? Era colocá-los a todos num zoológico dos domésticos. Lá sim têm condições: jaulas a céu aberto, com 8 metros quadrados, onde podem alegremente conviver, no mínimo 8 cães e morderem-se à vontade.

Quando quisermos explicar a um filho o que é um cão ou um gato, podemos sempre visitar o parque e participar na alimentação dos gatos, assistir ao espectáculo dos cãezinhos amestrados, aprender como procriam (com vídeos explicativos, para não ferir susceptibilidades).

Até vou mais longe. Porque não aplicar esta regra às crianças? Tenho consciência que manter mais do que duas crianças num apartamento é insuportável. Imagina, três, quatro, cinco criaturas em menos de 100 metros quadrados, a guinchar, a largar brinquedos por todo o lado.

Não leves a mal este meu desabafo. Espero que não tenhas cães, nem filhos.

Atentamente,

Patrícia

 

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por coitadinhodocrocodilo às 19:19

Sexta-feira, 10.05.13

O espelho do cão

Um estudo no Reino Unido revela que a escolha de um cão diz muito sobre nós e que os donos procuram cães que partilhem as mesmas características psicológicas que eles. Bom, isto é um pouco rebuscado, mas não deixa de ter alguma razão.

Estive a ler com atenção e não sei muito bem onde nos enquadramos, visto só falarem de cães de raça. O meu é de pedigree rafeiro, pequeno, refilão (é uma condição inerente ao tamanho), um cruzamento entre um golden retriever desesperado e um teckel com a mania da grandeza.

Portanto, se nos seguirmos por este estudo, tendo em conta o tamanho do bicho (pesa 7 quilos), podemos dizer que aqui o pessoal de casa tem uma mente muito aberta. Se formos pelo lado materno, somos os mais estáveis emocionalmente. Pelo lado do pai, somos definitivamente os reis da simpatia.

Depois há o meio onde eles vivem e convivem e os traumas com que ficam. Numa noite em que as crianças decidiram dar tréguas e dormir a NOITE TODA, o cão decidiu chorar às três da manhã. ATÉ O CÃO CHORA DE NOITE!

Não sei se é o dono que faz o cão à sua medida ou se é o cão que anseia com uma transformação osmótica com os donos.

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por coitadinhodocrocodilo às 13:42

Sábado, 12.01.13

A essência da vida

É natural que as nossas vidas e os nossos humores tenham altos e baixos. Parece que temos um trampolim debaixo dos pés, que nos impele para o alto, onde permanecemos o maior tempo possível. Quando descemos, por vezes ao fundo, tomamos novamente balanço para voltar a ver a vida ao nível que ela merece.

As minhas descidas não duram muito tempo: uma hora, uma tarde. Há anos que descobri o antídoto para estas transformações de humor. Os cães e as crianças mudaram-me a vida, a visão do mundo e o sentido das minhas decisões. Há nove anos, acordava mal disposta, chegava ao trabalho sem um bom dia e ai de quem me dirigisse a palavra. Odiava manhãs. Até que adoptei um cão e aprendi com ele que acordar alegre e a sorrir não mata, pelo contrário, dá-nos anos de vida. Em apenas alguns meses, um cão conseguia uma mudança que nenhum ser humano tinha alcançado.

Um ano depois, uma experiência de voluntariado com crianças – quando ainda não estava na moda e não interessava para o curriculum – fez-me pensar na morte, no sentido da vida e na capacidade humana de nos auto-curarmos. Girei 180 graus no sentido da minha existência, criei anticorpos à tristeza, imunidade ao snobismo e raiva à injustiça. O mundo só faz sentido se pensarmos para além do nosso umbigo.

Mudar o mundo não é conseguir erradicar a fome e dar liberdade a todos os seres. Mudar o mundo é direccionarmos a nossa vontade e disponibilidade para um ser, mudar o curso da sua vida, melhorarmos a qualidade da sua existência, marcarmos a mente e o percurso de alguém. Um só alguém. Se toda a gente fizer isso a "um só alguém", o mundo já mudou.

O mundo mudou quando um homem jurou lealdade ao seu melhor amigo. O mundo mudou quando alguém contou a história de Mário da Guia e o seu Tom. E o caminho desta gente delineou-se quando alguém se lembrou que mudar o mundo é essência da nossa vida.

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por coitadinhodocrocodilo às 10:10


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